Blockchain poderia ter evitado fraude de R$ 25 bilhões nas Americanas

Especialista explica como tecnologia é capaz de criar sistema seguro de gerenciamento de dados

A tecnologia blockchain pode ser usada como uma solução de gerenciamento de dados em projetos além do mercado cripto. De acordo com Antonio Hoffert, sócio-fundador da H3aven, a tecnologia poderia ter evitado a fraude que pode ter atingido as lojas Americanas recentemente.

No total, a empresa pode ter movimentado R$ 25 bilhões em uma fraude fiscal que está sendo investigada. Mas, com o uso de um sistema blockchain, o gerenciamento de dados da empresa aconteceria de forma mais segura.

Conhecida por ‘dar vida ao bitcoin’, a tecnologia blockchain pode ser incorporada em sistemas de gerenciamento de dados que envolve desde setores como estoque até livros contábeis com entradas e saídas de valores, por exemplo.

Blockchain nas Americanas

Embora as Americanas não tenham declarado interesse no uso da blockchain, Antonio Hoffert explicou como a tecnologia poderia ter detectado a fraude na empresa, que pode superar R$ 25 bilhões.

Assim, em entrevista ao Diário do Grande ABC, o sócio-fundador da H3aven afirma que a inconsistência do balanço contábil das Americanas poderia ser solucionado com a blockchain.

O especialista orienta que os mecanismos de consensos presentes em redes blockchains seriam cruciais para criar mais confiança nos números da empresa varejista brasileira.

“Porém, a minha visão é diferente: entendo que a tecnologia blockchain permite a criação de uma camada de confiança capaz de armazenar consensos entre clientes e fornecedores a fim de garantir uma inequivocabilidade e impossibilitar a fraude.”

Sendo assim, Hoffert fala que dados registrados na blockchain não podem ser alterados, e ou ‘maquiados’, em busca de reproduzir um balanço fiscal inverídico. Além disso, o uso da tecnologia permitiria uma auditoria das informações de forma instantânea.

Problema contábil pode se repetir

Antonio Hoffert disse que o problema das Americanas pode existir em outras grandes empresas, tanto no Brasil como em outros países. Ele fala sobre governança de dados e cita o caso da empresa varejista como exemplo do que pode acontecer com outros negócios.

“Em um cenário de interesses conflitantes, como na miscelânea contábil da Americanas, a excelente avaliação de governança como prelúdio de um revés contábil, digno de associação com o episódio do Lehman Brothers, parece um problema até então sem solução, fadado a se repetir inúmeras vezes.”

Mecanismo de consenso para salvar negócio

Assim como criptomoedas que usam protocolos de confirmação de dados conhecidos como mecanismos de consenso, empresas como as Americanas deveriam usar esse tipo de validação de informações.

O sócio-fundador da H3aven diz que é através de um mecanismo de consenso que um sistema nas Americanas poderia gerenciar dados da empresa que envolvem caixa, vendas e até estoque de produtos.

Dessa forma, os dados contábeis seriam atualizados de acordo com o fluxo de estoque e as vendas realizadas pelas Americanas. O especialista ainda cita que poderiam ser utilizados contratos inteligentes.

Portanto, ele conclui que a blockchain seria usada pelas Americanas, não somente para evitar fraudes, mas também para garantir segurança para os acionistas da empresa.

“Uma compra de uma mercadoria envolve um consenso entre duas partes: as condições de pagamento e o valor do produto. Com esse consenso registrado em blockchain, um contrato inteligente automaticamente atualizaria os demonstrativos contábeis com os resultados financeiros e físicos da transação.”

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