No dia 10 de setembro, uma transação de bitcoin chamou muita atenção do mercado. Na ocasião, alguém adicionou uma transação à mempool da blockchain pagando 19,8 BTC em taxas. A recompensa foi então recolhida pela F2Pool, pool de mineração, que concordou inicialmente em devolver os fundos para o responsável pelo erro.
Após investigações forenses na blockchain do Bitcoin, descobriu-se que a transação estava relacionada com o Paypal. Este rastreio é possível pois, apesar do Bitcoin ser pseudo-anônimo, todas as transações entre endereços na rede são públicas.
No entanto, em nota à Bitcoin Magazine, o Paypal revelou que o responsável pela transação que pagou cerca de US$ 500 mil em taxas, foi a Paxos. A Paxos fornece serviços de custódia de bitcoin e criptoativos para uma série de grandes instituições financeiras, como o próprio Paypal e o Nubank.
O Paypal afirmou em nota:
“A Paxos pagou a mais a taxa de rede BTC em 10 de setembro de 2023. Isso impactou apenas as operações corporativas da Paxos. Os clientes e usuários finais da Paxos não foram afetados e todos os fundos dos clientes estão seguros. Isso ocorreu devido a um bug em uma única transferência e foi corrigido. A Paxos está em contato com a mineradora para recuperar os fundos.”
Devolução dos bitcoins
A F2Pool, que é o terceiro maior hashrate do mercado, foi a responsável por minerar a transação da Paxos. Forrest Voight, criador da F2Pool, confirmou inicialmente que se comprometeria em devolver a taxa, caso o responsável se identificasse em até três dias.
No entanto, ele afirmou posteriormente estar arrependido em ter se comprometido a devolver os bitcoins:
Em uma enquete no X, ele perguntou ao público o que deveria ser feito com os bitcoins obtidos. Do total, 35% votaram para que o valor seja direcionado aos mineradores da pool; 29% para que os bitcoins sejam retornados para a Paxos; 19% para que os btcs sejam congelados; 16% votaram para devolver apenas 50% do valor.
Taxas do Bitcoin
A rede Bitcoin possui taxas de transação cujos custos não são previsíveis, e dependem da demanda na rede. Isso ocorre pois o Bitcoin está limitado a cerca de 150 milhões de transações por ano, devido ao limite do tamanho do bloco.
As taxas de transação são normalmente enviadas à mempool e adicionadas a um bloco de transação por um minerador. Os mineradores costumam escolher as transações que entram nos blocos com base na taxa paga pelo remetente.
O que ocorreu no caso da Paxos, é que alguém definiu uma taxa de transação excessivamente alta, trazendo prejuízo para a empresa.