Desde o começo de 2023, observamos uma série de problemas que afetaram a Binance, maior corretora de criptomoedas do mundo, desde pressões regulatórias em diversos países até a migração de usuários para protocolos descentralizados (DEX). Essas adversidades têm colocado a exchange em meio a um cenário desafiador. Recentemente, dados atualizados revelam mudanças significativas na dinâmica de reservas da Binance, refletindo os desafios que a plataforma tem enfrentado e as estratégias para se adaptar ao novo cenário.
Enquanto a própria stablecoin da Binance, BUSD, sofreu uma redução acentuada em suas reservas, caindo de $13 bilhões para $2 bilhões, de acordo com dados do Glassnode, o Bitcoin viu suas reservas na Binance crescerem de forma considerável, quase dobrando em relação a janeiro deste ano.
Impulsionado por uma valorização de 60% desde o começo do ano, o Bitcoin (BTC), que representava em janeiro U$9,4 bilhões ou 21.6% da reserva total de 43,4$ bilhões, passou a representar em outubro, US$17,5 bilhões ou 50.5% da reserva total de US$34,6 bilhões da exchange. Essa tendência reflete uma confiança maior no Bitcoin como reserva e nos indica também uma redução no montante geral em reservas da exchange.
Binance desacelera enquanto exchanges descentralizadas crescem em volume de negociação.
A redução no valor total em reservas da Binance reflete um fênomeno nítido de migração de usuários para soluções descentralizadas. As chamadas DEX (decentralized exchanges) tiveram um crescimento significativo em volume de negociação em 2023.
Após a queda da FTX, usuários tem se questionado cada vez mais sobre temas relacionados a auto custódia e como proteger seus criptoativos. Este fato, associado aos problemas regulatórios que a Binance tem enfrentado ao redor do mundo, impõe um desafio mercadológico a corretora, que a partir de agora precisará criar novas estratégias de crescimento para manter sua hegemonia no mercado.
