Alegando ‘políticas internas’ e regulamentação, OKX bloqueia diversos ativos no Brasil

Usuários da OKX relatam prejuízos após falhas na comunicação da exchange no Brasil.

A corretora OKX, recém-chegada ao mercado brasileiro, vem enfrentando problemas que tem gerado insatisfação por parte de alguns clientes no Brasil. A situação ganhou repercussão nas redes sociais quando a empresa exigiu a verificação Know Your Customer (KYC) de seus usuários, e, logo em seguida, retirou alguns criptoativos de seu book de corretagem, provocando uma onda de reclamações por parte dos usuários.

Através da assessoria de imprensa responsável pela OKX no Brasil, a empresa afirmou que “realiza esforços crescentes para informar os seus usuários sobre a migração e mudanças em sua plataforma”.

E-mails e notificações via app foram enviados semanalmente, e banners foram constantemente exibidos na página inicial do aplicativo dos usuários impactados, fornecendo-lhes um período de preparação de 14 a 30 dias, dependendo do status da conta, para negociar e liquidar posições de produtos e tokens não disponíveis no Brasil”.

Quando questionada sobre os clientes que porventura compram os ativos na plataforma para Hold (longo prazo) e que não receberam a comunicação via e-mail ou não entraram no aplicativo durante o período, a empresa respondeu:

“A respeito das preocupações sobre clientes que podem não ter acessado a plataforma ou redes sociais e encontraram seus ativos bloqueados com altas taxas de saque, enfatizamos que acessar a plataforma não era um requisito para receber informações em tempo hábil. Comunicamos os usuários através de múltiplos e-mails e nos associamos com veículos de mídia para garantir a conscientização. A comunicação por e-mail é uma prática padrão entre prestadores de serviços, especialmente no setor financeiro.

O Blockmarket entrou em contato com alguns usuários acerca dos e-mails recebidos com a comunicação da exchange. Parte dos usuários informou que recebeu apenas um único e-mail, onde a mensagem não informava especificamente quais ativos seriam deslistados, como pode ser visto em um dos prints recebidos pela nossa equipe abaixo:

Reclamações de usuários da OKX no Brasil

O KYC é um procedimento padrão no mercado financeiro que consiste na verificação da identidade dos clientes e pode incluir informações pessoais, como documento de identificação, comprovante de residência e outras informações relevantes. No entanto, a exigência por parte da OKX em relação a contas antigas que já teriam feito KYC recentemente, gerou alguma desconfiança por parte dos usuários.

A retirada dos ativos do book de corretagem, sem o devido aviso prévio na comunicação, gerou ainda mais polêmica, pois muitos clientes tiveram prejuízos em suas operações devido à falta de acesso a determinados ativos. Além disso, a falta de clareza por parte do suporte da OKX contribuiu para aumentar a insatisfação dos clientes.

Nas redes sociais, diversas reclamações têm sido compartilhadas, com clientes expressando frustração e indignação diante da situação. Muitos questionam a conduta da corretora e buscam respostas e soluções para os problemas enfrentados.

Um dos usuários inclusive (como pode ser visto abaixo), teve mais de $ 1.834,24 (quase R$ 10.000,00) na moeda BABYDOGE travados sem possibilidade de venda na plataforma depois do KYC, em plena retomada do mercado de alta.

Em outro caso relatado nas redes sociais, e posteriormente confirmado pela equipe do Blockmarket, um usuário não consegue acesso a área de saques do ativo BABYDOGE. Tendo seus ativos bloqueados tanto para negociação quanto para saque, ainda que temporariamente.

Taxas de saque de memecoins

Para movimentar novamente os ativos deslistados pela OKX no Brasil, o usuário automaticamente é forçado a sacar os ativos da exchange, o que no caso de algumas moedas, especialmente memecoins, acaba não valendo a pena, devido as altíssimas taxas de algumas redes, inviabilizando o procedimento, onerando e trazendo perdas ao investidor que negociou anteriormente na plataforma.

Perguntamos a OKX Brasil à respeito de vários procedimentos como taxas, relistagem de ativos e outras questões técnicas para obter esclarecimentos sobre os problemas enfrentados pelos clientes e obtivemos a seguinte resposta:

“Não comentamos sobre nossas políticas internas de listagem de tokens ou sobre as políticas adotadas por nossos pares no mercado. Nos esforçamos para cumprir a legislação do Brasil e para garantir a melhor interpretação dela sobre tokens aceitos e não aceitos aqui”.

Bloqueio de usuários no Twitter

O Blockmarket recebeu também algumas reclamações de usuários, que desejam não se identificar, sobre bloqueios sofridos no Twitter após questionarem sobre o tema no perfil oficial da OKX Brasil:

Diante desse cenário, a OKX se vê diante de um desafio em seu processo de estabelecimento no Brasil. A empresa terá de adotar medidas transparentes, eficazes, além de uma comunicação clara para lidar com as reclamações e reconquistar a confiança de seus clientes.

Diante dos desdobramentos desse caso, fica evidente a importância da transparência e confiabilidade no relacionamento entre corretoras e clientes.

Acompanharemos o desenrolar desta situação e traremos atualizações conforme disponibilidade de informações.

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